Quais exames são determinantes para o diagnóstico de miastenia gravis?

Tratamento Postado em 18/07/2022

Os sinais e sintomas da miastenia gravis, doença neuromuscular que provoca fraqueza nos músculos, podem se assemelhar a uma série de outros distúrbios. Mas, quando há suspeita da doença, alguns exames são determinantes para confirmar o diagnóstico de miastenia. É importante que a pessoa procure o médico logo que notar os primeiros sintomas da condição, pois o diagnóstico precoce possibilita o tratamento adequado e diminui as chances de complicações.

Quais são os sintomas da miastenia gravis?

A miastenia gravis pode afetar pessoas de qualquer idade, embora seja comum em mulheres com menos de 40 anos e homens com mais de 60 anos. A doença é causada por uma falha na comunicação normal entre nervos e músculos e tem como principal característica a fraqueza muscular, que piora quando a pessoa está em atividade e melhora quando ela está em repouso. A fraqueza pode ser limitada a grupos musculares específicos (dos olhos, face ou garganta, por exemplo) ou ser generalizada. Os principais sinais e sintomas da miastenia gravis incluem:

Visão dupla – a pessoa enxerga duas imagens de um único objeto. Isso ocorre devido à fraqueza nos músculos oculares, que faz com que a pessoa não consiga mover o olho de forma suave e não tenha controle sobre o movimento ocular. Mais da metade das pessoas com miastenia gravis tem como primeiros sinais e sintomas os problemas oculares.

Pálpebras caídas (ptose) – é como se as pálpebras superiores perdessem sua sustentação muscular ou ficassem flácidas, dando a sensação de que o músculo não tem força para erguê-las. É comum pacientes com miastenia gravis terem dificuldade de abrir os olhos ao acordar, porque o músculo palpebral não responde ao comando natural.

Dificuldade para falar, mastigar ou engolir – para cerca de 15% das pessoas com miastenia gravis, os primeiros sintomas envolvem fraqueza nos músculos da face e da garganta, o que pode provocar sintomas como dificuldade para engolir ou mastigar, voz anasalada e dificuldade para articular palavras.

Dificuldade em mover o pescoço ou segurar a cabeça – como a pessoa perde a força, há uma dificuldade até em sustentar a cabeça.

Fraqueza dos membros e dificuldade de caminhar – também são sintomas relacionados à perda de força física ou muscular. A pessoa sente que precisa se esforçar para mover braços e pernas e pode ter dificuldade para andar.

Falta de ar ou problemas respiratórios – ocorre devido à fraqueza no diafragma e nos músculos respiratórios.

Importante: apresentar um ou mais desses sinais e sintomas não indica, necessariamente, o diagnóstico de miastenia gravis. Mas é importante procurar um médico para realizar exames e descobrir a causa do problema.

A miastenia gravis pode ser confundida com outras doenças?

É comum que os portadores de doenças raras, como a miastenia gravis, sofram na busca pelo diagnóstico, seja pelos sintomas que muitas vezes são confundidos com outras doenças, seja pelo despreparo dos médicos ou até pela falta de informação. Daí a importância de realizar exames específicos para obter o diagnóstico correto.

A miastenia pode ser confundida com muitos outros distúrbios, entre eles:

  • Esclerose múltipla (EM);
  • Esclerose lateral amiotrófica (ELA);
  • Síndrome de Guillain-Barré:
  • Síndrome de Eaton-Lambert;
  • Miopatia mitocondrial.

Como os sintomas de fraqueza muscular podem ocorrer em várias partes do corpo e ser flutuantes (ir e vir), nem sempre os sinais são atribuídos a uma doença neuromuscular. Por esse motivo, é comum que as pessoas procurem um médico ortopedista, otorrinolaringologista ou oftalmologista.

Entretanto, o médico neurologista é o profissional indicado para fazer o diagnóstico de miastenia gravis. E o quanto antes o paciente procurar ajuda especializada, melhor. Assim, poderá ter o diagnóstico correto e iniciar o tratamento da doença o mais rápido possível, evitando complicações graves.

Quais exames podem ser recomendados para o diagnóstico de miastenia gravis?

O primeiro passo para o diagnóstico de miastenia gravis é a consulta médica, na qual o especialista analisa os sinais e sintomas e o histórico de saúde da pessoa. O profissional também faz um exame físico para verificar a saúde neurológica, avaliando os seguintes aspectos:

  • Reflexos;
  • Força muscular;
  • Tônus muscular;
  • Sentidos, como tato e visão;
  • Coordenação motora;
  • Equilíbrio.

Se os testes iniciais sugerirem miastenia gravis, o médico solicitará exames complementares para confirmar o diagnóstico, que podem ser de imagem, sorológicos ou neurofisiológicos (para avaliar a condução do impulso nervoso até o músculo, como a eletroneuromiografia). Saiba mais sobre eles:

Exame de sangue – cerca de 85% das pessoas com miastenia gravis apresentam no sangue níveis além do normal de anticorpos para o receptor de acetilcolina (AChR), um neurotransmissor que realiza a comunicação entre os neurônios. Em maio de 2021, o SUS disponibilizou o exame de sangue para a dosagem de anticorpo antirreceptor de acetilcolina (anti-AChR) para o diagnóstico de miastenia gravis.

Eletroneuromiografia – usa eletrodos especiais para registrar a atividade elétrica de um músculo quando está em repouso e quando está contraído. Esse exame ajuda a descobrir se os músculos estão respondendo da maneira adequada aos sinais nervosos.

Exames de imagem – ressonância magnética, radiografia ou tomografia computadorizada (todas do tórax) podem ser solicitados para verificar se há problemas na glândula do timo, como tumores (timoma) ou a hiperplasia folicular linfoide.

Teste farmacológico – são administradas substâncias chamadas anticolinesterásicos no paciente. A melhora momentânea dos sintomas – como pálpebras caídas, por exemplo – indica o diagnóstico de miastenia gravis.

Quanto antes o diagnóstico for estabelecido, mais cedo o tratamento será iniciado. Embora a miastenia gravis não tenha cura, o tratamento ajuda a aliviar os sinais e sintomas e melhorar significativamente a qualidade de vida.

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Referências


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