Distrofia muscular, como identificar?

Sintomas Postado em 22/08/2022

Fraqueza nos músculos que progride e pode ser incapacitante. Esse é o principal sinal da distrofia muscular, uma doença classificada neuromuscular que atinge especificamente os músculos esqueléticos. Existem diversos tipos de distrofia muscular, cada uma com maneiras distintas de se manifestar. Continue a leitura e tire as principais dúvidas sobre as distrofias musculares mais comuns, como:

  • O que é distrofia muscular?
  • Quantos tipos de distrofia muscular existem e quais são os principais?
  • O que causa a distrofia muscular?
  • Quais são os fatores de risco para distrofia muscular?
  • Quais são os sintomas de distrofia muscular?
  • Quais são as opções de tratamento para distrofia muscular?
  • Quais outras doenças neuromusculares existem? 

O que é distrofia muscular?

As distrofias musculares são um grupo de condições genéticas hereditárias que gradualmente fazem com que os músculos enfraqueçam, levando a um nível progressivo de incapacitação. Isso acontece pela ausência ou formação inadequada de proteínas que são essenciais para o funcionamento da célula muscular.

Muitas vezes, a distrofia começa a se manifestar afetando um determinado grupo de músculos antes de afetar os músculos do corpo todo. Alguns tipos de distrofia muscular podem afetar o coração ou os músculos usados ​​para respirar, momento em que a condição pode ser fatal. Não há cura para distrofia muscular, mas os tratamentos podem ajudar a controlar muitos dos sintomas e garantir qualidade de vida.

Quantos tipos de distrofia muscular existem e quais são os principais?

Existem mais de 30 tipos diferentes de distrofia muscular. No entanto, elas se distinguem em muitos aspectos, incluindo causas, sintomas e tratamentos. Nem todos os tipos causam incapacidade grave e muitos não afetam a expectativa de vida.

Veja abaixo os tipos mais comuns.

Distrofia Muscular de Duchenne – uma das formas mais comuns e graves, geralmente acomete meninos na primeira infância. Pessoas com a condição geralmente têm expectativa de vida baixa, até seus 20 ou 30 anos. Além de consequências comuns da fraqueza muscular, a doença de Duchenne tem como sinais específicos:

  • Andar bamboleante ou nas pontas dos pés;
  • Grandes músculos da panturrilha e
  • Dificuldade de aprendizagem.

Distrofia Muscular de Becker: intimamente relacionada com a distrofia muscular de Duchenne, a doença de Becker se diferencia porque se desenvolve mais tarde, geralmente na adolescência, e porque a expectativa de vida geralmente não é tão afetada. Os sinais e sintomas são semelhantes aos de Duchenne, mas tendem a ser mais leves e progredir mais lentamente.

Distrofia Muscular Facio-Escápulo-Umeral – pode se desenvolver na infância ou na idade adulta, mas progride lentamente e geralmente não é fatal. A fraqueza muscular costuma começar no rosto, quadril e ombros. As escápulas podem se destacar como asas quando os braços são levantados.

Distrofia Muscular Miotônica ou de Steinert – pode se desenvolver em qualquer idade e a expectativa de vida nem sempre é afetada, mas as pessoas com uma forma grave de distrofia miotônica podem ter vidas mais curtas. O principal sinal da doença é a incapacidade de relaxar os músculos após as contrações, sendo os músculos faciais e do pescoço geralmente os primeiros a serem afetados. Pessoas com esse tipo de distrofia muscular normalmente têm rostos longos e finos, além de pálpebras caídas.

O que causa a distrofia muscular?

As distrofias musculares são condições genéticas e hereditárias, ou seja, são causadas por alterações nos genes responsáveis ​​pela estrutura e funcionamento dos músculos e essas mutações são frequentemente herdadas dos pais. Ao nascer com distrofia muscular, as alterações nos genes se refletem em deficiências nas fibras musculares, o que interfere no desenvolvimento e desempenho dos músculos. Com o tempo, isso causa incapacidade crescente.

Se você tem um histórico familiar de distrofia muscular, é possível realizar testes genéticos para avaliar o risco de desenvolver a doença.

Quais são os fatores de risco para distrofia muscular?

A distrofia muscular ocorre em ambos os sexos, em todas as idades e raças. No entanto, a variedade mais comum, Duchenne, geralmente ocorre em meninos. Pessoas com histórico familiar de distrofia muscular correm maior risco de desenvolver a doença ou transmiti-la aos seus filhos.

Quais são os sintomas de distrofia muscular?

O principal sinal de distrofia muscular é a fraqueza muscular progressiva. Os sinais e sintomas específicos começam em diferentes idades e em diferentes grupos musculares, dependendo do tipo de distrofia muscular.

As complicações da fraqueza muscular progressiva incluem:

Mudança na face – se a fraqueza muscular atinge os músculos do rosto, atividades simples como assoviar e chupar canudos, por exemplo, se tornam difíceis.  

Problemas para andar – a fraqueza muscular nas pernas torna o movimento de caminhar mais difícil. Além disso, subir e descer escadas, correr, pular e levantar do chão passam a ser atividades que exigem muito esforço. Algumas pessoas com distrofia muscular precisam usar uma cadeira de rodas – geralmente entre os 10 e 12 anos de idade.

Problemas ao usar os braços – as atividades diárias como lavar e pentear os cabelos ou colocar itens em prateleiras altas podem se tornar mais difíceis se os músculos dos braços e ombros forem afetados. A fraqueza nas mãos também dificulta a manipulação de objetos como lápis e canetas.

Limitação da mobilidade – além do enfraquecimento de músculos dos braços e pernas, o encurtamento dos tendões ao redor das articulações pode causar contraturas, o que limita ainda mais a mobilidade.

Problemas respiratórios – a fraqueza progressiva pode afetar os músculos associados à respiração. Pessoas com distrofia muscular avançada podem eventualmente precisar usar algum dispositivo que auxilia no movimento respiratório, como um ventilador.

Problemas de coluna – os músculos enfraquecidos dificultam que a pessoa mantenha a coluna reta, de modo que problemas de coluna, como a escoliose, podem surgir.

Problemas cardíacos – a distrofia muscular também pode reduzir a eficiência do músculo cardíaco.

Problemas de deglutição – se os músculos envolvidos na deglutição forem afetados, podem ocorrer problemas nutricionais e pneumonia por aspiração. Sondas para alimentação podem ser uma opção nesses casos.

Quais são as opções de tratamento para distrofia muscular?

Não há cura para a distrofia muscular, mas há uma variedade de tratamentos que podem ajudar nos sinais e sintomas que as complicações motoras causam. As opções incluem:

Assistência à mobilidade – inclui exercícios físicos e fisioterapia para melhorar a força muscular, prevenir encurtamentos e retrações dos músculos. A hidroterapia é uma boa opção de atividade, porque a água facilita a prática de algumas posturas e movimentações, além de fornecer calor, que auxilia no relaxamento dos músculos.

Fisioterapia respiratória – também pode ser uma ferramenta para prevenir complicações pulmonares e melhorar as atividades funcionais, fornecendo qualidade de vida à pessoa.

Terapia ocupacional – pode auxiliar no processo de manutenção da independência e autonomia do paciente com distrofia muscular, pois ajuda na reabilitação das atividades cotidianas como alimentar-se, cuidar da higiene, escrever, utilizar o computador, entre outras atividades.

Grupos de apoio – o acompanhamento psicológico é importante para lidar com o impacto prático e emocional da distrofia muscular. Programas de socialização e suporte às famílias também são essenciais.

Medicamento – há tratamentos que utilizam esteroides para melhorar a força muscular. Em casos com complicações cardíacas, inibidores da ECA e betabloqueadores podem ser prescritos.

Novas pesquisas estão procurando maneiras de reparar as mutações genéticas e os músculos danificados em casos associados à distrofia muscular.

Quais outras doenças neuromusculares existem?

A doença neuromuscular atinge o sistema nervoso periférico, aquele responsável pela condução das ordens de movimento e sensibilidade dos membros através da medula espinhal, dos nervos e músculos. Dessa forma, prejudica a movimentação do corpo de maneira progressiva e por isso é considerada potencialmente incapacitantes. Veja alguns exemplos de doença neuromuscular:

Doenças do neurônio motor – neste tipo de condição,as células nervosas conhecidas como neurônios motores perdem progressivamente sua função, fazendo com que os músculos que controlam se tornem fracos e, em seguida, não funcionais. A manifestação mais conhecida é a esclerose lateral amiotrófica (ELA).

Distúrbios da junção neuromuscular – resultam da destruição, mau funcionamento ou ausência de uma ou mais proteínas-chave envolvidas na transmissão de sinais entre músculos e nervos. No entanto, esses distúrbios não afetam tanto a sensibilidade dos músculos. As manifestações mais conhecidas são o botulismo, a síndrome de Lambert-Eaton e a miastenia gravis.

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Referências

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