Quais as diferenças entre Alzheimer e Miastenia?

Miastenia Grave Postado em 18/07/2019

A Miastenia Gravis (MG) e o mal de Alzheimer têm poucas características em comum, sendo uma delas o fato de ambas serem doenças incuráveis. Outras semelhanças possíveis entre as duas doenças são alguns sintomas apresentados como Dificuldade na Fala e na Deglutição.

Apesar dessas patologias se manifestarem de formas tão diferentes (como você poderá ver a seguir), há um mesmo neurotransmissor envolvido tanto no Alzheimer quanto na Miastenia.

Esse neurotransmissor é a acetilcolina, que é liberado na junção neuromuscular para fazer contrair o músculo. Esse também é o neurotransmissor usado por neurônios do cérebro estimularem o hipocampo (região do cérebro envolvido em gravar memória). 

Sendo assim, as diferenças são muitas. Confira a seguir:

Características do Alzheimer e da Miastenia

A doença de Alzheimer, por sua vez, é uma doença neurológica. Ela é degenerativa e progressiva.

Quem tem Alzheimer apresenta as proteínas beta milóide e tau acumuladas nos neurônios, o que desencadeia a doença. Entretanto, não se sabe o porquê de isso acontecer.

Fato é que os neurônios e as conexões cerebrais se degeneram. Com o passar do tempo, o cérebro atrofia, levando à redução da função mental e, consequentemente, à demência. 

Portanto, há uma grande diferença aqui: o Alzheimer é doença do sistema nervoso central (cérebro) e a Miastenia, do sistema nervoso periférico (nervos, ou melhor, a junção dos nervos com o músculo). 

Além disso, o miastênico, independente do tempo da doença, tem total consciência de sua incapacidade – incapacidade esta, muitas vezes momentâneas.

No caso do mal de Alzheimer, no início, os pacientes que sofrem com demência podem perceber as limitações, o que geralmente causa muito sofrimento e angústia.

Já nos estágios mais avançados da doença, o paciente frequentemente perde a noção de quase tudo ao seu redor.

Causas e fatores de risco

Não se sabe o que faz uma pessoa ter Miastenia Gravis. Também não se sabe, ao certo, como um paciente passa a ter Alzheimer.  

O Alzheimer raramente se manifesta antes dos 60 anos de idade e, segundo as estatísticas, 40% dos idosos com 85 anos ou mais sofrem com a doença. A Miastenia Gravis, por sua vez, surge mais em mulheres entre 20 e 34 anos e em homens acima de 40 anos.

Não há distinção quanto ao gênero e à raça entre os miastênicos. Diferentemente, o Alzheimer acomete mais as mulheres do que os homens. Além disso, em países como Estados Unidos há mais negros do que brancos com essa doença.

É bom frisar que o perfil genético das populações difere de país para país; então não significa que o mesmo, relacionado à raça, ocorra com o Alzheimer no Brasil.

Sabe-se ainda que alterações genéticas aumentam o risco de uma pessoa ter o Alzheimer, do tipo esporádico, o que não significa que obrigatoriamente a doença vá se manifestar, como explica o médico neurologista Eduardo de Paula Estephan, do Ambulatório de Miastenia do Hospital das Clínicas (HC) e do Ambulatório de Doenças Neuromusculares do Hospital Santa Marcelina, ambos na capital paulista. 

“Há também o Alzheimer familiar, no qual uma única alteração genética é suficiente para determinar que a pessoa terá a doença. Então, a chance de cada filho de pacientes com essa forma de Alzheimer ter a doença é de 50%; basta herdar o gene alterado do genitor”, completa ele.

Ainda segundo Estephan, caso semelhante é o da Miastenia Gravis, onde algumas alterações genéticas (geralmente relacionadas a erros imunológicos) aumentam o risco de se desenvolver a doença, mas não são suficientes sozinhas para fazer a doença se manifestar. “Já as Síndromes Miastênicas Congênitas são defeitos de um gene que, quando presentes, determinam a manifestação da doença.”

Além da história familiar, outros fatores de risco do Alzheimer são a baixa escolaridade, o sedentarismo, tabagismo, depressão, colesterol elevado, diabetes mellitus e hipertensão arterial. Nesse sentido, não existem conclusões quanto à Miastenia.

Diferenças nos sintomas

A manifestação mais marcante do Alzheimer é a Demência, conjunto de sintomas como Perda da Memória, Perda da Capacidade de Raciocínio e de Julgamento, e Alteração no Comportamento. 

Isso não acontece na Miastenia Gravis, cujos sintomas são Fraqueza Muscular e Fadiga Exacerbada. Após a utilização de determinado grupo muscular de controle voluntário, podendo atingir as regiões dos olhos (Pálpebra Caída, Visão Borrada e Visão Dupla), da boca e garganta (incluindo deglutição, lábios, língua etc.) e dos membros (braços, pernas, mãos), entre outros.

Talvez o que possa confundir um pouco, está na fala: o miastênico pode não conseguir falar, por exemplo, por uma dificuldade muscular. Em contrapartida, o paciente do mal de Alzheimer não consegue se comunicar por falta de organização do pensamento no cérebro e na transformação das frases a serem ditas.

Ambos os pacientes também podem ter dificuldades de engolir – alteração da deglutição ocorre somente em quadros avançados do Alzheimer.

Pacientes das duas doenças precisam de apoio nas atividades diárias, obviamente dependendo do grau de evolução das mesmas. 

As doenças são fatais?

Ter Miastenia Gravis ou Alzheimer não leva a pessoa a óbito. Entretanto, suas complicações, sim. No caso da Miastenia Gravis, pode ocorrer uma crise miastênica, com risco de causar insuficiência respiratória.

Já no Alzheimer avançado, a principal causa de morte, quando já há comprometimento da deglutição, é a pneumonia. Além disso, existem riscos de acidentes e quedas, em decorrência das limitações das funções mentais. 

Outro risco está relacionado à deglutição, em ambas as doenças, o que pode levar à broncoaspiração, em que alimento, líquido, saliva ou vômito é aspirado pelas vias aéreas.

Apesar de não terem cura, há tratamentos e medicamentos para amenizar os sintomas. “O miastênico, na maioria das vezes, leva uma vida normal, ou quase normal, quando tratado adequadamente por um bom período”, destaca o Dr. Estephan. “Enquanto o que sofre de Alzheimer obtém melhora dos sintomas por um período com a medicação, mas fatalmente a doença continua progredindo ao longo dos anos”, finaliza ele.

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