Miastenia gravis pode ser confundida com outras doenças: como diferenciar?

Miastenia Grave Postado em 15/06/2022

Os sintomas de miastenia gravis, como fraqueza muscular, também aparecem em muitos outros distúrbios. Acrescente a isso o fato de que os sintomas podem ser vagos, ir e vir ou afetar apenas alguns músculos, tornando o diagnóstico da doença bem difícil. O atraso no diagnóstico e, portanto, no início do tratamento, podem não só prejudicar o bem-estar e a qualidade de vida do paciente, mas também deixá-lo suscetível a situações graves. Por isso, é importante ter muita atenção com qualquer sinal observado e procurar o médico para realizar exames e descobrir a causa do problema.

Quais são os sintomas de miastenia gravis?

A miastenia gravis é uma doença crônica autoimune, na qual o organismo produz anticorpos que atacam as conexões entre os nervos e os músculos. Isso leva a uma perda do controle muscular em certas regiões do corpo, principalmente boca, olhos, braços e pernas.

Os sintomas da miastenia gravis podem ser leves ou mais severos, a depender do grau da doença e de quais áreas do corpo foram afetadas. Eles incluem:

  • Fraqueza muscular;
  • Dificuldade para mastigar e engolir;
  • Visão dupla;
  • Pálpebras caídas;
  • Fadiga após exercícios ou movimentos repetitivos;
  • Falta de ar;
  • Voz anasalada;
  • Dificuldade para articular as palavras.

Com quais doenças a miastenia gravis pode ser confundida?

A miastenia gravis pode ser confundida com uma série de outras doenças, tais como acidente vascular cerebral (AVC), esclerose lateral amiotrófica (ELA), síndrome miastênica de Lambert-Eaton, botulismo, síndrome miastênica congênita (SMC) e esclerose múltipla (EM). Confira as semelhanças e diferenças que cada uma delas tem com a miastenia:

Acidente vascular cerebral (AVC) – alguns sintomas de AVC se assemelham aos de miastenia, como dificuldade para falar e para engolir e desvio de rima labial, o que faz com que o sorriso fique torto. No entanto, pessoas que têm derrame costumam ter fraqueza de um lado de corpo e fortes dores de cabeça. As causas do AVC são outras, como pressão alta, diabetes, sedentarismo e doenças cardíacas.

Esclerose lateral amiotrófica (ELA) – assim como a miastenia, a esclerose lateral amiotrófica também afeta o sistema nervoso central de forma progressiva e tem como um de seus sintomas a dificuldade para engolir. Mas, a ELA é mais grave, pois causa paralisia motora irreversível e tem pior prognóstico.

Síndrome miastênica de Lambert-Eaton – como a miastenia gravis, essa é uma doença autoimune que afeta a comunicação entre os nervos e os músculos. Nos dois casos, os anticorpos interferem na liberação do neurotransmissor acetilcolina. As duas condições compartilham alguns sintomas, como fraqueza nos membros inferiores e queda da pálpebra, mas a visão dupla é muito rara na síndrome de Lambert-Eaton.

Botulismo – os principais sintomas dessa condição incluem visão dupla, dificuldade para respirar e paralisia da musculatura respiratória, e é por isso que a miastenia gravis pode ser confundida com ela. No entanto, a causa do botulismo é outra: uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, que pode ser adquirida pela ingestão de alimentos contaminados ou contaminação de ferimentos.

Síndrome miastênica congênita (SMC) – também conhecida como miastenia congênita, essa doença se assemelha à miastenia gravis não apenas no nome. Ambas causam fadiga extrema e fraqueza muscular, mas a SMC é ainda mais rara e os sintomas geralmente começam na infância. A SMC é consequência de um distúrbio hereditário, em que um ou mais genes são alterados desde a concepção do bebê, afetando a junção entre o nervo e o músculo. Já a miastenia gravis costuma se manifestar na fase adulta e é consequência de uma desordem no sistema imunológico, que ataca a mesma junção do nervo com o músculo, que havia nascido saudável.

Esclerose múltipla (EM) – como a miastenia gravis, a EM é uma doença autoimune, mas, nesta, o sistema imunológico ataca a bainha de mielina, capa protetora que envolve os neurônios. Alguns sintomas são comuns para ambas as condições, como fadiga, fraqueza dos membros e visão dupla. Além disso, elas afetam com mais frequência pessoas com menos de 40 anos e são mais comuns em mulheres. Embora a miastenia gravis e a esclerose múltipla compartilhem algumas semelhanças na forma como se manifestam, elas têm diferentes causas, sintomas e tratamentos.

Como é feito o diagnóstico da miastenia gravis?

Para fazer o diagnóstico de miastenia gravis, o médico analisa os sintomas e o histórico clínico da pessoa. Ele solicita uma série de exames, que podem ser físicos, de imagem, de sangue e eletroneuromiografia, entre outros.

A primeira etapa para o diagnóstico de miastenia é a consulta médica, na qual o especialista avaliará os sintomas e histórico de saúde e fará um exame físico para verificar a saúde neurológica, testando aspectos como:

  • Equilíbrio;
  • Reflexos;
  • Coordenação motora;
  • Força muscular;
  • Tônus muscular;
  • Sentidos de tato e visão.

Se a avaliação sugerir miastenia gravis, o médico pode solicitar exames complementares para confirmar ou descartar a suspeita, como:

Exames de sangue – o objetivo é investigar níveis anormais de certos anticorpos. Cerca de 85% dos pacientes com miastenia gravis possuem níveis além do normal de anticorpos para o receptor de acetilcolina (AChR), neurotransmissor responsável pela comunicação entre os neurônios.

Teste farmacológico – o paciente recebe doses de anticolinesterásicos, como edrofônio e neostigmina. Se essas substâncias provocarem melhora momentânea da fraqueza, especialmente nos músculos oculares, isso indica o diagnóstico de miastenia gravis.

Exames de imagem – radiografia, ressonância magnética e tomografia computadorizada do tórax também auxiliam no diagnóstico, pois podem identificar problemas na glândula do timo.

Eletroneuromiografia – este exame avalia a atividade elétrica entre músculos e nervos, a fim de detectar possíveis problemas de comunicação entre eles.

Quais são os tratamentos para miastenia gravis?

A miastenia grave não tem cura, mas o tratamento adequado reduz os sintomas da doença e permite que a maioria dos pacientes viva uma vida relativamente normal. O tratamento da miastenia gravis pode incluir medicamentos, terapias e cirurgias:

Medicamentos –  os mais utilizados são os inibidores da colinesterase (anticolinesterásicos), que aumentam os sinais elétricos entre os nervos e os músculos para melhorar a força muscular, e os imunossupressores, incluindo corticosteroides, que diminuem a inflamação e a produção de anticorpos anormais no organismo.

Terapias intravenosas – geralmente, são usadas em curto prazo para tratar uma piora súbita dos sintomas ou antes da cirurgia ou outras terapias.

Cirurgia para remover o timo (timectomia) – algumas pessoas com miastenia gravis apresentam tumor no timo, glândula localizada entre os pulmões e à frente do coração. Mas, a remoção cirúrgica da glândula pode ser indicada não apenas nesse caso. Mesmo para pacientes sem o tumor, essa cirurgia pode melhorar os sintomas de miastenia. 

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Referências


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