Miastenia Gravis: Entenda como é o desenvolvimento da doença

Miastenia Grave Postado em 27/01/2020

A Miastenia Gravis geralmente começa com sintomas como fraqueza e fadiga em algum músculo, na maioria das vezes nos músculos que movimentam os olhos e as pálpebras. Durante o primeiro ano da doença, esses sintomas podem aumentar, assim como podem (ou não) passar a atingir também outros músculos. Essa piora, que significa o aumento da atividade da doença, costuma ocorrer, no máximo, em dois anos.

O mais comum é começar por músculos dos olhos, mas não é uma regra: é possível que qualquer músculo de controle voluntário seja impactado. Ou seja, os sintomas podem levar à ptose palpebral (pálpebra caída), à visão dupla ou borrada, a dificuldades para engolir, mastigar, falar, segurar algum objeto e até respirar.

“Às vezes começa no olho e pode passar para os músculos da deglutição, até da respiração, dos braços, das pernas etc.”, explica o Dr. Eduardo Estephan, neurologista do Ambulatório de Miastenia do Hospital das Clínicas (SP), do Ambulatório de Doenças Neuromusculares do Hospital Santa Marcelina (SP) e do Centro de Cérebro e Coluna (São José do Rio Preto). Qualquer ampliação para outros músculos costuma ocorrer nos primeiros dois anos da doença.

Fase da estabilização

O especialista avisa que, geralmente depois de três anos, a doença estabiliza. “Claro que varia de paciente para paciente, mas em geral a doença se desenvolve nos primeiros dois anos e, depois de, no máximo, três anos, não costuma piorar mais.” Os médicos consideram que a doença está estabilizada quando atinge o máximo de intensidade da fraqueza, assim como do número de músculos acometidos.

Cerca de 15% dos miastênicos têm somente o músculo ocular afetado. Portanto, a maioria dos casos de Miastenia Gravis é generalizada, ou seja, os pacientes têm sintomas oculares e em outros locais, principalmente nos músculos da face, da mastigação, deglutição e membros. A Miastenia generalizada pode acometer também os músculos respiratórios.

Fatores de descompensação

Mesmo na fase estável da MG, alguns fatores podem levar a uma descompensação da doença e, consequentemente, piorar os sintomas, em geral de forma transitória. Entre os fatores de descompensação, estão: a menstruação feminina, infecções, excesso de calor ou frio, prática de exercício físico extenuante e alguns remédios.

“Mesmo com a doença estável, o paciente pode ter piora dos sintomas quando é exposto a algum desses fatores. Quando o fator de descompensação passa, o paciente tende a voltar ao mesmo estado de como estava antes”, afirma o Dr. Estephan, que ocupa ainda o cargo de diretor científico da Abrami (Associação Brasileira de Miastenia).

Tratamento contínuo

Quando a doença estabiliza, o paciente não deve deixar de ser acompanhado pelo seu médico, assim como o tratamento tem de ser mantido. Caso contrário, a tendência é de o quadro volte a piorar.

Os tratamentos disponíveis hoje para Miastenia Gravis ajudam o paciente a ficar bem. “Na maioria dos casos, conseguimos deixar o paciente com nenhum sintoma, ou com bem poucos sintomas, permitindo que ele tenha uma vida normal, ou quase normal, independente da fase em que ele esteja.”

De acordo com o Dr. Estephan, porém, quando o miastênico está na fase estável é mais fácil levá-lo a uma situação de bem-estar. Já quando ainda está piorando seus sintomas, chegar a essa condição é mais difícil. O importante é que, com o tratamento, os especialistas hoje conseguem equilibrar bem o paciente.

Gravidade no início é exceção

Alguns casos de Miastenia Gravis começam já muito graves. Por exemplo: desde o início, o paciente já apresenta problemas de respiração e para engolir, em que o quadro piora muito rápido.

Segundo o Dr. Estephan, casos com esse tipo de gravidade ocorrem com mais frequência quando a Miastenia Gravis diagnosticada é anti-Musk. Não significa, entretanto, que será assim em todos os pacientes com esse tipo de Miastenia, mas apenas que a tendência é maior.

“Isso não é a regra. O mais comum é começar em poucos músculos, piorar dentro de dois anos e, depois disso, estabilizar”, pontua o neurologista.

Remissão não significa estar curado

Depois de dez a 20 anos com a doença estabilizada, um terço dos casos entra numa fase em que os sintomas começam a diminuir, paulatinamente com o passar dos anos. Esses são considerados casos de remissão, ou seja, o paciente deixa de ter sintomas da doença. Pelos estudos já realizados, aqueles que passaram por uma timectomia, que é a retirada da glândula timo, tem chance maior de ter a doença remitida.

Nos casos de remissão, o paciente recebe alta do tratamento. Entretanto, precisa continuar a ser acompanhado pelo médico. Lembre-se: a Miastenia Gravis é uma doença que não tem cura. Então, mesmo sem sintoma algum, o paciente não está curado e os sintomas da Miastenia Gravis podem voltar a se manifestar em algum momento da vida.

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