Cirurgia de timectomia: saiba como é feita e a recuperação

Miastenia Grave Postado em 25/03/2022

O timo é uma glândula que fica localizada na parte frontal do tórax, logo atrás do osso do peito e na frente do coração, em uma área conhecida como mediastino anterior. Ele faz parte do sistema imunológico do corpo e desempenha seu maior papel no início do desenvolvimento de uma criança. Atualmente, a timectomia, cirurgia de remoção do timo, tem sido um pilar no tratamento da miastenia gravis, embora ainda não haja evidências conclusivas sobre seus benefícios para pacientes miastênicos.

O timo em pessoas com miastenia gravis

  • Em jovens com miastenia gravis, o timo geralmente sofre de hiperplasia, que é o inchaço da glândula;
  • Aproximadamente um a cada dez pacientes com miastenia gravis possui um timoma, nome dado ao tumor na glândula timo. Embora a maioria desses tumores de crescimento lento seja benigno, alguns podem ser cancerosos.

A remoção cirúrgica do timo não tem efeito sobre o sistema imunológico de alguém após o nascimento. Em pacientes com miastenia gravis e para os quais uma timectomia é recomendada, o objetivo é remover a fonte de produção anormal de anticorpos que causa a doença.

Os benefícios da timectomia para um miastênico podem ser:

  • Reduzir a fraqueza do paciente;
  • Reduzir o uso de medicamentos;
  • Alcançar a remissão permanente da doença.

No entanto, estes resultados não são imediatos após a cirurgia. Em média, a resposta ao procedimento de timectomia leva um ano para se tornar perceptível. Durante esse período, os pacientes com miastenia gravis seguirão com o tratamento indicado pelo médico, retirando a medicação aos poucos.

A resposta individual à timectomia varia dependendo da idade do paciente, resposta à terapia médica anterior, gravidade da doença e tempo que o paciente convive com a miastenia gravis.

Em geral, 70% dos pacientes apresentam remissão completa ou redução significativa nas necessidades de medicação após a timectomia. Os outros 30% não apresentam alterações em seus sintomas, mesmo realizando o procedimento. De acordo com a Associação Americana de Neurologistas, os pacientes que fazem timectomia têm duas vezes mais chances de sofrer remissão da doença do que aqueles que fazem apenas tratamento médico.

Quando a cirurgia de timectomia é indicada?

A timectomia é recomendada para pacientes que:

  1. Possuem miastenia gravis com algum tumor no timo (timoma);
  2. Têm miastenia gravis (mesmo sem timoma) com fraqueza muscular de moderada a grave e menos de 60 anos de idade.

A timectomia como tratamento para miastenia gravis não é indicada para pacientes que têm apenas os olhos afetados pela doença. Além disso, a cirurgia se mostra mais efetiva quando é realizada entre seis meses e um ano após o aparecimento dos primeiros sintomas miastênicos.

Quais os tipos de cirurgia para miastenia gravis e como elas são realizadas?

A timectomia pode ser realizada por várias técnicas cirúrgicas diferentes:

Timectomia transesternal – é o procedimento mais comum atualmente. Nele, o cirurgião realiza a incisão na pele sobre o esterno, osso localizado no meio do tórax, entre as costelas. O esterno é dividido para expor o timo, que é removido através da incisão. Se houver gordura residual no centro do tórax, ela também é retirada, pois pode abrigar células extras do timo. Geralmente, esta abordagem é usada quando o paciente tem um timoma.

Timectomia transcervical – neste procedimento, a incisão é feita na parte inferior do pescoço, logo acima do esterno. O cirurgião remove o timo através dali, sem a necessidade de dividir o esterno. Por este motivo, essa abordagem é mais utilizada em pacientes sem timoma.

Timectomia robótica e timectomia torascópica assistida por vídeo – essas são técnicas minimamente invasivas, pois utilizam usam várias pequenas incisões no peito. Através de uma dessas incisões, uma câmera é inserida para orientar a cirurgia por vídeo. O cirurgião remove o timo usando ferramentas cirúrgicas especiais, que são inseridas nas outras incisões. No procedimento assistido por robótica, o cirurgião usa braços robóticos para realizar a cirurgia. O objetivo é fornecer o mesmo resultado da abordagem transesternal mais invasiva, mas com menos desconforto pós-operatório e uma recuperação mais rápida.

A timectomia transesternal é o procedimento mais comumente realizado, porém não há diferenças comprovadas nos resultados com abordagens menos invasivas.

Atenção: Atualmente, não há evidências científicas que comprovem que um tipo de timectomia é melhor que o outro em termos de resultados. Apenas o médico responsável pelo tratamento e cirurgia de timectomia pode orientar o paciente a tomar uma decisão sobre o tipo de cirurgia que ele deve fazer, considerando a presença ou não de um timoma e outros fatores relacionados ao quadro clínico.

Quais os cuidados pós-operatórios da timectomia?

Ventilação – dependendo do tipo de cirurgia e da condição do paciente, pode ser necessário um ventilador como auxílio à respiração após a cirurgia. Uma vez que o tubo de respiração foi removido, o paciente será solicitado a respirar profundamente e tossir repetidamente para limpar os pulmões de muco.

Drenos – o paciente também pode ter um ou dois drenos torácicos (pequenos tubos no tórax ligados a frascos de drenagem), que serão retirados logo após a cirurgia.

Após a timectomia, o paciente recebe alta do hospital entre alguns dias e uma semana, tempo que depende da abordagem cirúrgica usada.

Dor – os níveis de dor são leves após timectomias transcervicais ou timectomias robóticas. Pode haver mais dor com a abordagem transesternal, mas é uma dor temporária, que desaparece entre três e cinco dias após a cirurgia, e que pode ser controlada com o uso de analgésicos.

Repouso – o tempo de afastamento do trabalho e de outras atividades depende da condição do paciente, tipo de cirurgia que recebeu e da natureza do trabalho que ele realiza. Em média, é comum limitar as atividades por três a seis semanas.

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Referências


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